MENSAGENS QUE FALAM POR MIM - SIMONE TEKA e-mail: simoneheinisch@bol.com.br Palavras que falam por mim: quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

A M O R...

A M O R...

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Clarice Lispector

DESPEDIDA - Martha Medeiros



Existem duas dores de amor:
A primeira é quando a relação termina e a gente,
seguindo amando, tem que se acostumar com a ausência do outro, 
com a sensação de perda, de rejeição e com a falta de perspectiva,
já que ainda estamos tão embrulhados na dor
que não conseguimos ver luz no fim do túnel.

A segunda dor é quando começamos a vislumbrar a luz no fim do túnel.

A mais dilacerante é a dor física da falta de beijos e abraços,
a dor de virar desimportante para o ser amado.
Mas, quando esta dor passa, começamos um outro ritual de despedida:
a dor de abandonar o amor que sentíamos. 
A dor de esvaziar o coração, de remover a saudade, de ficar livre, 
sem sentimento especial por aquela pessoa. Dói também…

Na verdade, ficamos apegados ao amor tanto quanto à pessoa que o gerou. 
Muitas pessoas reclamam por não conseguir se desprender de alguém.
É que, sem se darem conta, não querem se desprender.
Aquele amor, mesmo não retribuído, tornou-se um souvenir, 
lembrança de uma época bonita que foi vivida…
Passou a ser um bem de valor inestimável, é uma sensação à qual 
a gente se apega. Faz parte de nós. 
Queremos, logicamente, voltar a ser alegres e disponíveis, 
mas para isso é preciso abrir mão de algo que nos foi caro por muito tempo,
que de certa maneira entranhou-se na gente, 
e que só com muito esforço é possível alforriar.

É uma dor mais amena, quase imperceptível. 
Talvez, por isso, costuma durar mais do que a ‘dor-de-cotovelo’
propriamente dita. É uma dor que nos confunde. 
Parece ser aquela mesma dor primeira, mas já é outra. A pessoa que nos 
deixou já não nos interessa mais, mas interessa o amor que sentíamos por 
ela, aquele amor que nos justificava como seres humanos, 
que nos colocava dentro das estatísticas: “Eu amo, logo existo”.

Despedir-se de um amor é despedir-se de si mesmo. 
É o arremate de uma história que terminou, 
externamente, sem nossa concordância,
mas que precisa também sair de dentro da gente… 
E só então a gente poderá amar, de novo.

TERNURA - Vinícius de Moraes

Ternura

Eu te peço perdão por te amar de repente
Embora o meu amor
seja uma velha canção nos teus ouvidos
Das horas que passei à sombra dos teus gestos
Bebendo em tua boca o perfume dos sorrisos
Das noites que vivi acalentando
Pela graça indizível
dos teus passos eternamente fugindo
Trago a doçura
dos que aceitam melancolicamente.
E posso te dizer
que o grande afeto que te deixo
Não traz o exaspero das lágrimas
nem a fascinação das promessas
Nem as misteriosas palavras
dos véus da alma...
É um sossego, uma unção,
um transbordamento de carícias
E só te pede que te repouses quieta,
muito quieta
E deixes que as mãos cálidas da noite
encontrem sem fatalidade
o olhar estático da aurora.

♥MINHAS MENSAGENS PREFERIDAS♥E ALGUNS TEXTOS QUE EU OUSO ESCREVER SOBRE MINHA VIDA.♥